ABSTRACT
Este estudo busca a compreensão do residente médico em reumatologia no atendimento ao fibromiálgico. A síndrome é de difícil diagnóstico, e a dor é o fator mais importante. OBJETIVOS: Entender como o residente compreende o atendimento; desvendar o que este atendimento gera. MÉTODOS: Estudo qualitativo baseado na fenomenologia hermenêutica, com entrevista individual, gravada, sobre o tema da interrogação: "O que é isto para você: atender o fibromiálgico?". São feitas análises das significações dos residentes. O estudo foi realizado em três hospitais-escola públicos, com todos os residentes médicos do segundo ano. RESULTADOS: O atendimento causa frustração, traz sentimento de impotência e gera indignação; o paciente sofre preconceito devido a idiossincrasias, a componentes sociais e à não adesão ao tratamento; o médico necessita de preparo emocional para atender - são requisitos necessários: saber ouvir e compreender a relação paciente-doença; o diagnóstico é marcado pela falta de comprovação laboratorial e subjetividade da anamnese; o médico necessita do apoio da psicologia, e o tratamento requer uma equipe multidisciplinar. CONCLUSÃO: O atendimento é frustrante e gera sentimento de impotência, sendo preciso maior preparo psicológico na formação médica e uma atuação mais integrada entre medicina, psicologia e fisioterapia.
This study focuses on the understanding of rheumatology residents in caring for fibromyalgia patients. The syndrome is difficult to diagnose, and pain is the most important symptom. OBJECTIVES: Understand how residents understand the care, and discover what this care leads to. METHODS: Qualitative study based on hermeneutic phenomenology, with taped individual interviews answering the key question: "What does it mean to you to treat fibromyalgia patients?" The study analyzed the meanings provided by the residents. The research was performed in three public university hospitals, with second-year medical residents. RESULTS: Care for fibromyalgia patients proved to be a source of frustration, bringing a feeling of powerlessness and indignation; patients suffer from prejudice due to idiosyncrasies, social components, and non-adherence to treatment; the physician needs to be emotionally prepared to provide care - requirements include knowing how to listen and understand the patient-illness relationship; the diagnosis is marked by lack of laboratory confirmation and subjectivity in the work-up; the physician needs support from psychology, and the treatment requires a multidisciplinary team. CONCLUSION: Care is frustrating and generates a feeling of powerlessness. It requires greater psychological preparation during medical training and a more integrated approach between medicine, psychology, and physical therapy.
Subject(s)
Humans , Education, Medical , Schools, Medical , Fibromyalgia , Internship and Residency , Medical Staff, HospitalABSTRACT
Este trabalho apresenta o atendimento psicológico a portadores de fibromialgia. Normalmente, apresentam distúrbios mentais e/ou emocionais, incluindo alterações do humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, perda de memória, depressão e ansiedade. Estes podem apresentar-se isolados ou combinados, tornando o diagnóstico difícil, devido à presença destes sintomas em outras doenças. É freqüente o aparecimento de distúrbios de sono, fadiga crônica, cefaléia, cólon irritável, rigidez muscular, fenômeno de Raynaud ou outras doenças reumáticas. O enfoque deste trabalho é possibilitar a compreensão do estresse no aparecimento da doença; conscientização de potencialidades e limites; orientação quanto à qualidade de vida; aplicar técnicas que atuem na reorganização física e psíquica diante do quadro de dor, diminuindo o estresse gerado pela limitação de vida dada pela doença. O período de trabalho compreende de março a dezembro de 2003, com sessões de duas horas às quartas-feiras, num total de 27 encontros. No grupo haviam 42 indivíduos, encaminhados pelo ambulatório, ao longo do período. Concluíram o trabalho 37. Realizou-se aplicação de testes psicológicos projetivos, questionário de avaliação inicial e final, mapeamento de necessidades, dinâmicas de grupo, exercícios respiratórios e físicos, meditação e orientações sobre estresse, emoções, afetos, comportamento, qualidade de vida etc. Foram 22 indivíduos que apresentaram mudança de comportamento em relação a si mesmos e ao meio, reconheceram potencialidades e limites, passando a enfrentar melhor a dor, o stress e a buscar qualidade de vida. Dos 22 indivíduos, 14 voltaram a estudar e a trabalhar devido ao controle da dor. Mantêm resistência à mudança oito indivíduos e sete oscilam entre períodos de melhoria e recaídas. Cremos que a reorganização de valores e a mudança de comportamento foram devido à conscientização, possibilitando o enfrentamento de agentes estressores. Percebemos que o sofrimento psíquico a...